Fogo e Noite
"Aconteceu... /e por me teres feito cego /recordo o sabor da tua pele /e o calor de uma tela /que pintámos sem pensar. /Ninguém perdeu, /e enquanto o ar foi cego /despidos de passados /talvez de lados errados /conseguiste me encontrar. /Foi dança /foram corpos de aço /entre trastes de guitarras /que esqueceram amarras /e se amaram sem mostrar. "
(Toranja - Fogo e Noite)
(Toranja - Fogo e Noite)
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Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-te num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.
A poesia acima é de Cecília Meirelles (Canção Excêntrica)
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