quinta-feira, julho 27, 2006

Duas e Meia

"Aquela voz entoa na minha cabeça, como no vazio da sala onde estamos. Tenho fome porque, para variar, descuidei o almoço. O costume.
Ouço palavras ásperas e frontais como “Portugal”, “segunda Guerra Mundial” e “plano”. Outras amenas como “tarde”, “amanhã” e “táxi”. Olho para o relógio de dez em dez minutos e vejo que ainda só passaram dois.
Enforco-me mentalmente vezes consecutivas sem que consiga deixar de me ouvir, com um protagonismo incrível por entre as palavras soltas que me povoam a mente.
O meu monólogo interior leva-me a actos desesperados como pegar na caneta e escrever. Eu devia ser empregado de balcão. Criado. Segurança. Bombeiro.
Ainda vou a tempo, acho."
.
(JDurães, in café)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nós somos aquile que somos, o que queremos ser.
As palavras asperas, assim o são porque nos formataram desde muito pequenos para que assim seja. A nossa sabedoria está em ser-mos capazes de as ver e as sentir de outro lado, de outro ponto de vista, e talvez essas palavras asperas se tornem suaves, ternas....

As vozes que nos vem da alma, são mensagens de que pensamos que estamos vivos. A nossa missão é conseguirmos chegar a um estado onde somos nós que comandamos a nossa mente, o nosso pensamento, onde só deixamos entrar as energias positivas.... e não nos deixamos guiar por pensamentos que disparam em todas as direcções como uma chuva de flechas que vêm não sei de onde....
O nosso poder, o nosso estado de ser, a nossa calma interior está no controlo que temos da nossa mente...

9/20/2006 10:25 da manhã  

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